Desde antes da Era Cristã, já era comum a confecção de objetos a partir do couro de animais. É comprovada a utilização desse material por gregos, egípcios, chineses, babilônios, hebreus, índios norte-americanos. Alguns desses povos já conheciam processos de curtimento. A partir do século VIII, os árabes introduziram a indústria de couro na Península Ibérica, tornando-o famoso por todo o mundo.
Inicialmente a utilização do couro não era tão voltada para a produção de acessórios que compunham a estética da segunda pele, mas para produtos como pergaminhos, elmos, escudos, velas (de navios), alforjes (bolsas presas a selas), surrões (grandes bolsas utilizadas para transportar comida), bruacas (bolsas atadas ao lombo de animais como burros), selas, arreios de montaria, cordas, entre várias outras coisas. Entretanto, com o tempo, a confecção de calçados, acessórios, móveis, roupas, chapéus, estofados, etc., tornou-se cada vez mais comum e apreciada pela sociedade, que os considera produtos de luxo.
Nos últimos anos, por conta de seu alto preço, popularizaram-se materiais diversos, sintéticos e naturais, que substituem o couro. Porém, mesmo assim, sua popularização não foi prejudicada, já que os produtos confeccionados a partir do couro bovino (o mais comum), caprino (mais resistente que o anterior), suíno, ovino e de outras espécies de animais selvagens como jacarés, cobras, leitões, rãs e peixes, continuam a ser muito requisitados pelo mercado internacional.
Sempre na moda, esses produtos são muito atraentes por sua aparência, praticidade e durabilidade, mas sabemos que a produção deles é realizada a partir do processo de curtimento do couro. Tal processo utilizado no preparo de pele de bovinos e outros animais envolve diversas etapas, durante as quais são produzidos resíduos tóxicos, contaminantes ambientais. Muitos desses poluentes são lançados nos cursos de água e na atmosfera, com grande impacto ambiental, levando a uma interferência nos ecossistemas dependentes desses cursos, tanto terrestres quanto aquáticos, e à poluição atmosférica.
Como sabemos que a confecção de produtos de couro não vai parar por conta desses motivos ecológicos, devemos então nos questionar: quais são os principais efeitos ambientais do processo de curtimento? E que medidas efetivas podem e devem ser tomadas para minimizar esses efeitos?
O presente artigo tem como objetivo destacar os efeitos poluentes do processo de curtimento do couro utilizado atualmente, de forma a retratar tanto suas consequências ao meio ambiente, quanto as alternativas que podem e devem ser tomadas para diminuir esses efeitos na natureza. Seguindo o objetivo do Subtema 2 do II Congresso Virtual Interdisciplinar Marista de Biodiversidade, pretende divulgar a investigação do modo pelo qual o ser humano interfere nos processos que regulam os ecossistemas e os efeitos dessas alterações sobre o ser humano.
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